domingo, 30 de junho de 2013

Caos



Gosto muito de seriados e acompanhando o estilo de vida de outros locais, venho refletindo que a educação também tem muito a ver com o silêncio.
Não educação de escola, mas de bons modos mesmo.
A gente valoriza o silêncio, quando vive na poluição das palavras. E é assim que eu estou. (rabugenta).

E a cada pessoa que chega ao caixa, vem também uma conversa que tenta ser amistosa.
Um simples comentário reflete tanto sobre o universo alheio...

Quase ninguém comenta mais sobre o tempo, exceto os idosos.
Sem ter o mínimo interesse fico sabendo que um mercado do outro bairro vai fechar, que o comerciante da esquina está sendo traído, sobre pessoas que pegaram prejuízo no Telexfree, resultados de esporte, sobre a poeira das "Ruas do Povo" que tá parada, sobre a criação dos filhos dos vizinhos.... e são tantas reclamações!
Também ouço muito sobre doenças: A senhorinha da frente tem pressão alta nos olhos. Por um momento, acho curioso, porque esse tipo de detalhamento não ouvíamos há um tempo, são evoluções. Mas, na maioria das vezes, parece apenas penoso mesmo.

E assim estão indo os dias: Em Caos!!


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Tá caro, hein?

O interessante do comércio é que parece que a economia é um assunto realmente complexo.
E se o feijão subiu, os ovos, o iogurte, enfim -  A culpa é sua!!
- "Tá caro o seu leite, hein?!" - reclamam com frequência.
Na verdade, tantos produtos estão mais caros... As pessoas vão percebendo aos poucos. E cada vez é um espanto.
E não adianta comentar um telejornal sobre inflação, ou alguma atualidade, porque a culpa continua sendo minha!
Mas ontem tentei falar que não é que o dólar tá alto, mas foi o real que desvalorizou - Pronto, o cliente com seus poucos argumentos brigava como se eu tivesse estapeado a pobre Dilma.
Então, debates econômicos estão saindo da minha pauta, porque né.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Honestidade infantil

Uma criança chega com suas moedas três moedas de cinco centavos e diz: bombom!
Entrego.
Ele se esquece do mundo durante os segundo em que descasca uma delas, atenta a cada estalo da embalagem. Pega o primeiro doce se contagiando de uma alegria que só reconhecemos mesmo na infância dos outros.
Ao chegar na porta dá um estalo:
- Eu paguei pra ti os bombons né? - pergunta sério, com a testa franzida.
Balanço a cabeça afirmadamente.
Sorri e sai saltitando.
                                                                        *   *   *

A inocência e honestidade de uma criança com seus 15 centavos: era tudo o que tinha e comprava tudo o que queria.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Corta pra mim!

Na rotina do comércio é muito comum ter como companhia o rádio ou a tv.
E hoje a noite eu estava assistindo o telejornal, como de hábito.
O cliente começa a passar suas compras no caixa e passa a prestar atenção nas notícias também.
Já até esqueci os detalhes da situação, mas um travesti estava sendo preso.
O cliente perplexo - juro! -  e na sua inocência, me pergunta:
- O travesti quando tá preso vai pra cadeia de homem ou pra de mulher?
(...)
Obviamente respondi: Uai, vai para de homem!
E ele conclui: Ah, então os presos vão fazer a festa né?!
Não comentei mais.
E também não vou comentar aqui. Deixo para vocês fazerem a análise crítica do imaginário popular.